Moradores e comerciantes do Rudge Ramos continuam lutando contra as enchentes

Depois de uma semana, o bairro segue com problemas devido chuvas do último domingo

Moradores reclamam principalmente da limpeza da rua e do tratamento da prefeitura sobre as enchentes - Foto: Luiza Lemos

Depois da semana conturbada no bairro Rudge Ramos, a aposentada Elizabete Patrizzi continua sofrendo com os efeitos da enchente. Além da destruição de sua casa, da dos vizinhos e de comércios da região, uma infecção pulmonar por causa das enchentes aflige dona Elizabete. Das 14 medidas do prefeito Orlando Morando, ela irá receber apenas a isenção do IPTU de casa, mas terá que pagar a taxa básica de água no valor de cinquenta reais. “Se eu gastar noventa, vai vir cinquenta, então nem é uma isenção; eu vou pagar a água do mesmo jeito”. Além da infecção, a aposentada também têm sofrido com aspectos emocionais. "Meu psicológico está super abalado”.

Essa é apenas uma das diversas histórias dos moradores e comerciantes do bairro de São Bernardo do Campo, que viram suas vidas mudar do dia para a noite. E depois de uma semana, continuam com problemas.

É o caso de Lourdes Sanches. A comerciante da Avicultura Giraya ainda não conseguiu contabilizar o tamanho dos prejuízos, a semana para ela “foi uma catástrofe, não tínhamos nada pra vender, tinha boleto pra pagar, perdemos tudo.”

Lourdes também alega que a prefeitura não ressarciu nada ou isentou contas de IPTU, luz e que poderão ressarcir a água gasta na limpeza das casas. A comerciante foi atrás da prefeitura por causa das contas “mas a secretária disse que acha que devemos entrar com uma ação contra a prefeitura, continua todas as contas do mesmo jeito.”

Para o gerente do frigorífico Vitela de Prata, Danilo Lima, a prefeitura não auxiliou em nada o comércio e apenas os fornecedores ajudaram com boletos e mercadorias. A prefeitura "não ajudou em nada e não tem muito o que fazer”

Outro morador que também sofreu com as enchentes é Eduardo Ibanhe, que limpou o possível, mas tem muito trabalho pela frente. Ele não sabe em quanto tempo vai poder voltar à vida normal. Seus filhos têm medo de uma próxima chuva, eles “não querem vir aqui não, dá um trovão eles querem ir para a casa da avó”.

Ibanhe reclama do tratamento que a prefeitura teve com ele e os vizinhos, “temos que entrar com processo para receber o IPTU, por danos materiais e só ganhamos sessenta reais para alimentação, minha família tem quatro pessoas e só uma vez que pego, como que eu vou alimentar uma família de quatro pessoas?" E também reclama da limpeza que a prefeitura fez na rua, na qual tiram a lama e sujam os carros estacionados, “só tiram o grosso, eles não estão preocupados em chamar os proprietários”.

A prefeitura de São Bernardo do Campo respondeu por nota que os moradores afetados foram atendidos e que houve a “formalização de 746 requerimentos para isenção do IPTU” e que até a última sexta-feira (15/03) pelo menos 939 famílias foram atendidas. A prefeitura também diz que “contratou uma empresa que já iniciou imediatamente a manutenção corretiva e preventiva em todas as estações elevatórias de responsabilidade da Administração, bem como a troca de equipamentos danificados pelas fortes chuvas”.

A prefeitura não se manifestou sobre a limpeza das ruas e o apoio a comerciantes do Rudge Ramos, apenas afirmou para a reportagem que está apoiando os lojistas da rua Jurubatuba, também afetada pelas enchentes.

Reportagem originalmente publicada no Rudge Ramos Online:

http://www.metodista.br/rronline/moradores-e-comerciantes-do-rudge-ramos-continuam-lutando-contra-as-enchentes-1