Número de fumantes aumenta 27% no Grande ABC
- Luiza Lemos
- 27 de ago. de 2019
- 2 min de leitura
Apesar das campanhas anti-fumo, o uso de cigarro cresceu principalmente na população mais jovem

Estudo do Inpes/USCS revela que a região do Grande ABC teve aumento de 27% no número de usuários de cigarro acima de 18 anos. Este crescimento foi verificado desde 2009, quando entrou em vigor a Lei Antifumo no Brasil. A alta mais significativa foi na população jovem: entre 18 e 24 anos, que aumentou de 10,2% para 18%.
O cigarro para muitos se torna um membro na família, um companheiro para momentos difíceis. O psicólogo Lucas Vicentini, que realiza projetos de auxílio a viciados no tabagismo aponta que “os jovens sentem um vazio, uma falta de significado na vida e também há a falta de sustentação e estabilidade, que são fatores cruciais para o vício.”
A nicotina produz a sensação de alívio e a sensação de constância na vida, Vicentini também ressalta que o cigarro é algo que está tanto nas horas boas quanto ruins. Hoje em dia, com a grande variedade de cigarros, tanto eletrônicos, quanto o tabaco ou o cigarro de palha, a chance de cair no vício é grande. O ambiente social também pode levar o jovem adulto a começar a fumar.
Allana Campos, estudante de publicidade e propaganda de dezoito anos, começou a fumar tabaco há dois anos. Para ela, o cigarro “tira o estresse e acalma” por isso ela não pretende parar tão cedo com o fumo. Já Mariana Macul, fuma há 4 anos. “Comecei em festas porque as pessoas ofereceram, então comecei”. Para ela, apesar dos riscos, o fator do relaxamento é algo positivo.
O psicólogo Vicentini afirma que um dos motivos que levam ao vício é a ansiedade, o estresse e dificuldades em resolver questões familiares, no estudo ou no trabalho. A pneumologista Cristina de Teixeira aponta que, “o vício é tanto físico quanto emocional, a pessoa começa a fazer o uso para o próprio bem-estar. A nicotina preenche receptores no cérebro e dá a sensação de prazer.” Mas, o cigarro tem diversos males e para tratar a dependência, é necessário entender o vício químico e o emocional e medicar ambas as frentes.
Sair do vício é um processo de entendimento de que o cigarro apesar da sensação de calma, não é a solução para os problemas. Todo cigarro fumado é maléfico e segundo a médica, todo esforço é válido para parar. “O custo do cigarro é mais alto do que o maço, é um custo de saúde”, afirma a pneumologista.
Publicado originalmente na página do Facebook do Portal Rudge Ramos Online, por causa de problemas no site original.
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